A Virada na Carreira - Resenha crítica - Marcos Silvestre
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A Virada na Carreira - resenha crítica

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Carreira & Negócios

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 9788562409530

Editora: Faro Editorial

Resenha crítica

Colaborador X Empreendedor: os ganhos na troca

O que você poderá ganhar de concreto se decidir explorar seu talento por conta própria e conseguir, de fato, se realizar nesse novo caminho?

  • conserve o certo e conserte o errado: ao trocar o modelo de trabalho de colaborador de empresa pelo de profissional empreendedor independente, além de maiores ganhos com o passar do tempo, será possível agregar alguns importantes fatores de qualidade de vida;
  • maior autonomia decisória: na condição de empresário, você, sem dúvida, terá mais espaço para impor sua visão particular de negócios. Como dono você terá maior autonomia para usar sua criatividade e estampar sua personalidade única sobre sua atividade profissional;
  • menor burocracia: atuando por conta própria, você experimentará um novo padrão de agilidade decisória: se acreditar que tem de ser feito, aja! E depois de feito, você terá de prestar contas a quem? Além de reportar-se a seus clientes, apenas deverá satisfações a si mesmo, no máximo a seus sócios;
  • menor pressão improdutiva: pressões virão, isso é inevitável, porém de fontes bem mais naturais e acatáveis do que no mundo corporativo convencional. Você terá de conviver com a pressão de divulgar para vender, produzir para entregar, economizar para lucrar mais etc.;
  • meritocracia como critério: com seu negócio próprio, porém, a dinâmica da recompensa é mais direta: trabalhe bem que o retorno vem! Agora, o que irá contar para valer será o valor agregado que você entregará aos clientes através do seu trabalho. Entregou, faturou;
  • seletividade no trabalho executado: seu fortalecimento como empresário lhe permitirá ser progressivamente mais seletivo. Você poderá, inclusive — sem nenhum excesso de imodéstia — escolher seus clientes, concentrando-se naqueles com quem há potencial para nivelar o relacionamento por cima. Com o tempo você só topará esquemas profissionais que sejam do tipo ganha-ganha;
  • maior flexibilidade de agenda: dependendo do tipo de atividade que for desenvolver, você poderá se levantar um pouquinho mais tarde, se por acaso não estiver tão disposto naquele dia: sem problemas, depois dá para compensar;
  • um ambiente de trabalho com a sua cara: respeitada a natural soberania universal dos clientes, em seu negócio próprio quem manda é você! Seu escritório, sua loja ou sua fábrica terá a sua cara: se gosta de amarelo, o amarelo irá predominar e estamos conversados;
  • trabalho garantido e vida longa no mercado: na condição de dono ou, pelo menos, sócio, você poderá se beneficiar de seu talento profissional por mais tempo;

No mercado de trabalho, cabelos brancos costumam sinalizar obsolescência e desemprego iminente! No mundo dos negócios, a cabeça grisalha atesta vivência e experiência, ingredientes preciosos que, aplicados a uma boa oportunidade de negócio, sempre valerão ouro!

Na condição de empreendedor, enquanto você tiver uma oferta competitiva para seus clientes em potencial em termos de bons produtos e bons serviços, com relação custo/benefício verdadeiramente competitiva, pode ficar tranquilo: o mercado absorverá essa oferta diferenciada.

Não cuspa no prato em que comeu!

Se você está hoje empregado, como é mais provável, obviamente terá de pedir demissão para tocar o próprio negócio. Sim, há casos em que é possível detonar seu projeto empreendedor paralelamente a seu atual emprego, mas isto é menos comum e mais difícil do que parece.

Como regra, para empreender são necessárias dedicação integral e envolvimento total, o que implica desligar-se definitivamente do cargo que você ocupa na atual empresa empregadora.

Sua situação presente pode ser das mais diversas, mas vamos buscar nos planejar para o pior caso: as coisas não estão bem. Antes de pedir demissão, tente trazer seu relacionamento no trabalho ao melhor nível possível dos últimos tempos.

Quando enfim tomar a decisão de desligar-se, antes de efetivamente anunciá-la, passe a trabalhar com todas as forças como se seu único objetivo fosse salvar seu atual emprego.

Apenas quando atingir um certo patamar de estabilidade trate deste “delicado assunto” com seu chefe. Talvez isso possa lhe parecer um contrassenso, mas há aqui um propósito: fazer com que sua saída seja, ao menos um pouco, sentida.

E não há nada de meramente psicológico nessa estratégia suave para a interrupção de sua carreira corporativa. Não é uma questão de “fazer doce”. Pense, isso sim, nas potenciais vantagens práticas.

Sair pela porta da frente, inclusive deixá-la estrategicamente aberta, só há de lhe fazer bem. Claro, você irá se sentir legal, com uma sensação de dignidade e dever cumprido, e isso conta pontos para sua consciência e seu moral.

Além disso, saindo na boa, você poderá receber recomendações favoráveis para seu novo negócio, advindas dos antigos chefes e colegas de trabalho. Quem sabe poderá até ganhar um contrato de fornecimento de seu antigo empregador!

Oportunidades de negócios

Em que segmentos é possível um empreendedor estreante se aventurar com boas chances de sucesso e perspectivas de ganhos atraentes? É muito provável que sua chance seja maior no setor em que você tradicionalmente vem atuando.

Afinal, você já conhece um bom tanto desse segmento e já deu tempo de odiá-lo ou de amá-lo, inclusive a ponto de querer empreender no setor.

Agora, se for mesmo para dar uma guinada para outro lado e respirar novos ares, que seja pelo menos para outro setor no qual você consiga visualizar que poderá aproveitar o melhor de quem você é, desenvolvendo uma atividade bem ajustada para sua personalidade única.

Você não deveria pensar em abrir uma corretora de seguros se não gosta de se locomover pela cidade, se não tem paciência para esclarecer detalhes a um possível cliente que está negociando uma nova apólice com você.

Para alguém que prefere trabalhar quase sempre no mesmo endereço, com uma rotina mais sistemática e bem definida, mais voltada da porta para dentro, qualquer pequena indústria, por exemplo, será um negócio mais indicado.

Partindo do ramo em que imaginou atuar, busque um nicho diferenciado, uma brecha que pode ser bem explorada, conforme sua particular visão do mercado. Nessa hora, converse com amigos e parentes para colher ideias, leia muito, mas, essencialmente, confie no seu faro empreendedor.

Não precisa ser algo exclusivo ou absolutamente inovador, mas procure selecionar uma oportunidade concretamente atraente. Esta oportunidade deve se apresentar associada a um baixo nível de ameaças do mercado.

Procure encontrar um formato específico de negócio que aproveite seus pontos fortes como profissional e que não seja cronicamente limitado por seus pontos fracos.

Você não vai querer abrir um estacionamento e lava-rápido em um imóvel alugado numa região que está se verticalizando muito rapidamente. Daí o proprietário do terreno o vende para uma incorporadora e o seu maravilhoso negócio terá data marcada para morrer.

Também não deve pensar nesse nicho de negócio se, apesar de gostar muito de carros, de limpeza e de manutenção, você tiver consciência de que não tem a paciência necessária para treinar e coordenar funcionários.

Montar um negócio independente ou montar uma franquia?

Empreender com uma franquia, quando de fato se tratar de uma marca sólida, sempre lhe dará uma confortável segurança de que você estará explorando um modelo de negócios testado, aperfeiçoado e consagrado ao longo do tempo.

Para começar a identificar se esse é mesmo o caso, atente-se para o ano de fundação da empresa mãe, especificamente o ano em que lançou seu sistema de franquias. Informe-se sobre a quantidade de unidades franqueadas em operação e a distribuição dessas unidades no território nacional.

Compare esses números com os indicadores de empresas concorrentes, para avaliar o êxito dessa franqueadora na qual está particularmente interessado, diante de outras do mesmo ramo, até mesmo comparativamente a empresas do segmento que ainda não atuam com franquias.

E tem também o lado pessoal da questão: você próprio conhece e interage com essa marca como consumidor? Qual o conceito que seus parentes, seus amigos e o grande público têm da marca, de seus produtos e serviços, de seus pontos de venda e de suas campanhas de marketing?

Esse é um lado que pode pesar, mas não deve chegar a ser o mais importante: uma coisa é gostar de consumir a marca; outra — que pode ser bem diferente — é gostar de produzir e vender a marca, já que esse será o desafio diário de um franqueado.

Agora, uma coisa é fato: quem já não acredita nela de pronto como consumidor, não conseguirá fazer ninguém acreditar!

Em um negócio independente, por outro lado, a liberdade é muito maior, mas a insegurança também.

Isso remete a uma preparação ainda mais cuidadosa e demanda do empreendedor uma disposição de cuidar de uma quantidade bastante grande de fatores, fazendo-o de forma talentosa e eficaz, sem reclamar ou se cansar.

Nesse modelo autônomo será possível desenhar sua linha de produtos e serviços para refletir 100% do que você acredita ser o desejo de seu público-alvo.

Desde a escolha do ponto comercial e do traçado de layout de loja, passando pela contratação e pelo treinamento de funcionários, seleção de fornecedores e definição de campanhas publicitárias, tudo dependerá de você, nos mínimos detalhes.

A flexibilidade para realizar mudanças e fazer adaptações nos rumos do negócio, inclusive para ajustar o ritmo de eventuais retrações necessárias ou expansões desejáveis, será total no negócio independente.

Aqui, a empresa é inegavelmente só sua, mas lembre-se: mesmo que escolha um nome interessante e desenhe um belo logotipo, diferentemente do caso da franquia consolidada, no negócio autônomo você não terá, ainda, uma marca.

A marca é, na sua essência, aquele bom conceito que deve povoar a mente dos consumidores. E esse fenômeno mercadológico leva tempo para maturar, custa dinheiro e muito trabalho competente para se “materializar”.

No entanto, se você próprio conseguir formar e firmar uma marca, ela será exclusivamente sua, o que lhe possibilitará explorá-la à exaustão sem dever nada a ninguém e, no limite, permitindo-lhe até mesmo cedê-la a outros empreendedores, tornando-se você próprio um franqueador de sucesso.

Sócios: unindo forças com outros empreendedores

Se houver discrepância entre os sócios no nível de valores éticos e princípios de vida, isso, na certa, resultará em conflitos potencialmente irreconciliáveis na condução do negócio.

Parceiros de negócio devem compartilhar os mesmos valores, e viver em consonância com eles, para que exista sempre empatia e respeito mútuo. Ao considerar um profissional para sócio, identifique se os valores dessa pessoa estão verdadeiramente alinhados com os seus.

Para isso, ajudará ter uma visão muito nítida de quais são seus próprios valores e, acima de tudo, quais deles você pretende que estejam impregnados em seu negócio.

Lembre-se: valores são fundamentos que afloram e se mostram nas mais variadas atividades da vida da gente. Uma pessoa que adota a centralização de comando como valor na sua vida em família, por exemplo, provavelmente, se revelará mais diretiva em um relacionamento societário.

Contudo, idêntica à gente, nem nossa imagem refletida no espelho! Por que, então, desejar ter um sócio “igualzinho a você”?

Numa sociedade empresarial, o mais importante não é que ambos tenham o mesmo perfil a oferecer, pelo contrário: personalidades complementares poderão ser muito úteis para a saúde do negócio.

O mais importante é que cada um conheça bem a personalidade do outro, saiba respeitá-la, valorizá-la e explorá-la da melhor forma conforme os interesses da empresa.

Uma personalidade mais expansiva e carismática pode ser muito conveniente para as atividades comerciais, enquanto uma personalidade mais introspectiva, porém disciplinada e metódica, convém às atividades de controle financeiro.

Talvez uma pessoa mais brincalhona seja mais indicada para negociar com um cliente descontraído, enquanto o indivíduo mais sério tem chances de obter melhores resultados negociando com um contratante de postura mais formal.

Os sócios têm de ser amigos? Não há dúvida de que tem de haver entrosamento entre eles, mas uma amizade muito grande pode jogar tanto a favor do sucesso do negócio quanto contra.

Bem-querer é salutar quando instiga respeito mútuo, mas onde sobra intimidade pode faltar o devido respeito. Antes de procurar um sócio amigo, procure um sócio ético, com personalidade complementar e peso estratégico: prefira alguém que irá agregar um valor diferenciado às atividades do negócio.

Esse valor distinto do seu sócio pode estar no capital financeiro que ele irá trazer ao negócio. Afinal, dinheiro não é tudo para garantir o êxito do projeto, mas sempre conta. Assim como talvez pese o capital social do seu potencial sócio: quem ele conhece e onde.

Pense naquele ex-colega de trabalho de sua última empresa que se tornará seu sócio minoritário, mas continuará trabalhando na tal empresa para garantir o andamento de negócios dela com a nova empresa criada.

Desde que essa sociedade seja de conhecimento público, tocada com base em bons princípios éticos e com a concordância dos dirigentes da empresa que antes era sua empregadora, e que agora será sua cliente, por que dispensar um potencial sócio com essa força estratégica?

O capital inicial de lançamento do negócio

Os principais objetivos de um plano tático para montar seu negócio variam bastante conforme o setor, o formato do negócio e a região onde será instalado.

De qualquer forma, veja aqui uma lista de grandes objetivos que normalmente aparecem nessa fase:

  • comprar ou alugar a sede do negócio
  • reformar e mobiliar a sede, a parte externa e a interna;
  • adquirir uma ou mais máquinas;
  • adquirir veículo para transportar mercadorias e equipamentos;
  • ter a empresa legalmente constituída ante os órgãos competentes;
  • ter uma marca registrada para dar identidade ao negócio;
  • selecionar a melhor franqueadora e pagar a taxa de franquia;
  • abastecer o negócio com o estoque inicial;
  • contratar e treinar os primeiros colaboradores;
  • promover uma campanha de lançamento no mercado;
  • promover uma festa ou evento de inauguração.

Imagine o quanto pode atingir a soma de todo o dinheiro que terá de ser gasto, considerando todas as metas de todos os objetivos da fase de pré-abertura, ou seja, considerando todo o planejamento tático da montagem do negócio.

É provável que estejamos falando aqui de dezenas, ou mesmo centenas, de milhares de reais, e essa soma final deve se manter dentro dos limites dos recursos financeiros acessíveis ao empreendedor para tocar o projeto.

Se o planejamento indicar que as necessidades irão extrapolar os recursos, será necessário fazer ajustes até que tudo caiba nas suas reais possibilidades.

Esse é justamente o senso de realismo ao qual o bom planejamento convida todo empreendedor: você se verá “forçado” a lidar com as restrições financeiras antes que elas se imponham na prática e assim terá de resolver os problemas e superar os desafios enquanto eles ainda estão apenas “no papel”.

Ainda bem, porque aí haverá tempo de buscar alternativas e resolver tudo antecipadamente da melhor forma!

Estimar o capital inicial é, em sua essência, um exercício de planejamento, uma tentativa de predição do futuro. Portanto, requer que se levantem hipóteses sobre o que deverá acontecer na prática, quando a prática, finalmente, começar a acontecer.

Daí sempre advirá algum risco de que os resultados imaginados não venham a conferir exatamente com o que acabou se verificando de fato na evolução dos acontecimentos.

Tudo bem: planejar não deve ser a arte de ditar um roteiro para o futuro, mas visa “apenas” preparar o empreendedor da melhor forma para encarar o porvir e isso já lhe será de grande valor!

Se o seu planejamento for feito com sensatez e responsabilidade, inclusive com uma margem de segurança razoável, será possível servir-se dele como um confiável guia de conduta e tomada de decisões quando for lançar, estabilizar e multiplicar seu negócio próprio.

Idealmente, a “folga” planejada deve ser sempre de 20% sobre qualquer valor estimado. Se não precisar gastar esse dinheiro a mais logo no lançamento, ótimo, sobrará mais para a fase seguinte.

Se, porventura, precisar, porque na prática os gastos de abertura acabaram sendo mais elevados do que o inicialmente imaginado, ótimo também, pois a grana já estará lá, bonitinha, esperando o propósito para o qual foi separada.

Revolução e evolução

A atualização, renovação e remodelação do seu business para acompanhar as tendências do seu mercado e estar sempre emparelhado com sua concorrência direta serão um esforço constante, um pensamento desafiador que deve até mesmo agradar o profissional com perfil empreendedor.

Entretanto, é recomendável, como regra de boa conduta empreendedora, manter os pés no chão, concentrar-se nas inovações evolucionárias, aquelas que levam a algo progressivamente melhor, detalhe por detalhe, dia após dia.

Não se preocupe demais com as inovações revolucionárias, que propõem um jeito totalmente diferente de fazer algo até então inexistente.

Afinal, você não vai querer competir com Henry Ford ou Bill Gates para ver quem ganhará o troféu de “empresário que mudou o mundo”, vai? Bem, se essa for sua missão nesta vida, vá fundo.

Em vez de ser “simplesmente” bem-sucedido, fazendo um uso eficaz da inovação evolutiva, preservando sempre o foco bem ajustado no cliente, será que vale mesmo a pena tentar ser genial e partir para o tudo ou nada da inovação radical?

Seu cliente apoiaria seu mergulho no abismo, só porque feito “em seu nome”? A inovação tem de ser, essencialmente, a mágica do fazer diferente para o cliente, do ponto de vista do cliente, ouvindo o cliente e levando em conta o rumo que o cliente deseja.

Mas um tantinho de cada vez, passo a passo, à medida que sua empresa for amadurecendo e seu sucesso empreendedor se consolidando.

Separados no nascimento

Uma coisa é o dinheiro da empresa; outra, bem distinta, é o dinheiro do empresário. Tanto isto é verdade que essas duas “entidades financeiras” estão, por exemplo, obrigadas a prestar declarações à Receita Federal em momentos distintos e de forma completamente segregada.

Para evitar confusão nessa área, calibre de forma responsável as retiradas possíveis do bolso do seu negócio rumo ao seu próprio bolso. Defina — com os pés no chão — seu pró-labore mensal, os eventuais pagamentos de juros sobre o capital próprio investido na empresa, bem como as distribuições de lucros.

A partir daí, toque sua vida pessoal da melhor forma que o seu dinheiro consiga lhe proporcionar, resistindo à tentação de misturar os bolsos.

Sua empresa não tem que pagar contas que são da pessoa física. Da mesma forma, seu cartão de crédito pessoal não tem que efetuar compras para a pessoa jurídica.

O planejamento e o controle de suas finanças pessoais e de suas finanças empresariais devem seguir harmonicamente em paralelo, porque há uma inegável correlação entre eles, porém sem jamais se misturar de forma apelativa, mal planejada!

O engano mais comum que pode levar a esse tipo de desvirtuamento financeiro é o seguinte raciocínio: “Minha empresa só existe porque eu me sacrifiquei por ela. Se eu não estiver bem, ela sofrerá. Portanto, ela tem a obrigação de me ajudar financeiramente nos momentos mais difíceis da minha vida!”

Não prospera o empresário que encara o caixa de sua empresa como um cheque especial de limite elevado, pronto para socorrer a pessoa física em momentos de aperto financeiro.

É possível que seu negócio, pela própria dinâmica variável das vendas e entradas de caixa do segmento em que sua empresa atua, não consiga lhe prover um padrão estável de retiradas, um valor fixo mês a mês, como seria o ideal.

Essa dinâmica errática é naturalmente preocupante, porque as contas pessoais são recorrentes a cada mês e não querem nem saber de onde virá o dinheiro ou se virá o tanto certo: elas pedem aquele tanto todo mês e pronto!

Mas essa variabilidade nas entradas do empreendedor pode, de fato, ocorrer e não exatamente por problemas na empresa, mas talvez devido a uma peculiar sazonalidade de faturamento do próprio ramo em que o negócio foi estabelecido.

Comércios em geral, por exemplo, faturam muito mais em meses de datas festivas, como Dia das Mães e Natal, e assim também comportam retiradas maiores nesses meses.

Pelo mesmo princípio, um comércio de roupas e acessórios de praia sofrerá um bocado no inverno, fazendo minguar nos meses frios as possibilidades de retiradas de seu dono.

Estrutura física

A sede e as instalações de sua empresa dependerão muito do formato de negócio escolhido e do grande setor elencado para atuar: indústria, comércio ou serviços. Se for indústria, precisará de um galpão em uma zona da cidade que comporte este tipo de atividade.

Se não for comércio exclusivamente on-line, será necessária uma loja, pelo menos um quiosque. Se for prestação de serviços, você poderá até trabalhar a partir de casa, em um home office.

Isso funcionará bem para o empreendedor que for organizado, não tiver colaboradores verticais e não precisar receber clientes. É prático, barato e, desde que tenha um cantinho lá em casa que dê para reservar para o seu negócio, será possível trabalhar com profissionalismo, sim.

A partir daí, procure um escritório virtual, para ter um endereço formal distinto daquele da sua residência e para poder contar com uma eventual estrutura de apoio para receber correspondências, chamadas ou marcar eventuais reuniões presenciais.

Alugar ou comprar uma sala comercial pode ser desnecessário. Além do custo do aluguel ou da prestação e de gastos com condomínio, água, luz e manutenção, o empreendedor ainda terá despesas mobiliando a sala.

Pense também em um escritório compartilhado com outros profissionais da área ou empreendedores complementares. Pode ser uma solução econômica que funcione para você e deverá tirá-lo da quietude.

Estrutura organizacional

Ainda mais importante que a estrutura física será a estrutura organizacional do seu negócio. Independente do ramo ou do porte, sua empresa tem de ser uma legítima organização.

Mesmo com pouca gente ou ainda que seja uma organização de um só profissional, ela tem de estar estruturada com base em um grupo de áreas funcionais complementares, cada qual cobrindo um conjunto de rotinas funcionais.

Notas Finais

Empreendedores com sólida estrutura emocional não são loucos: eles sabem que diversas circunstâncias de sua caminhada empreendedora os farão tristes, aborrecidos ou até deprimidos.

No entanto, eles escolhem ser essencialmente felizes e isso acaba contagiando de maneira positiva quem está ao seu redor. Afinal, qual pode ser a utilidade de um líder cabisbaixo, que não vê rumo a tomar na dificuldade, nem, muito menos, saída?

E mesmo que você não tenha colaboradores na empresa, continuará com o desafio de liderar a si mesmo e motivar seus clientes e fornecedores.

O mundo dos negócios já está bastante cheio de derrotistas, não precisa de mais gente assim, e os empreendedores positivos sabem que farão a diferença com sua opção pela felicidade!

Dica do 12’

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Quem escreveu o livro?

Marco Silvestre, o autor deste livro, além de escritor, é colunista de finanças pessoais da BandNews FM, orientador de famílias, Economista e educador de empresas. Autor de diversos livros... (Leia mais)

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